Como Trabalhadores e Trabalhadoras, mantemo-nos firmes em nossa missão:
LUTAR E RESISTIR SEMPRE!
A gente imaginava que a crise da saúde teria acabado e a Classe Trabalhadora poderia se manifestar
no Dia do Trabalhador. Não seja por isso. Aqui estamos, observando as medidas de segurança, mas
firmes na luta frente a essa pandemia que está corroendo nossa Casa Comum, a Terra, e frente a esse
Sistema que ignora a primazia do Trabalho e a dignidade do Trabalhador e da Trabalhadora
O Dia do Trabalho e da Classe Trabalhadora é uma marca no calendário universal que ninguém pode
apagar. Esse Dia existe para lembrar que todos os dias são dias para se reconhecer e respeitar o valor
social do Trabalho e a dignidade pessoal de cada Trabalhador e Trabalhadora, em todos os países e
em cada Estado nacional.
Uma pergunta a nos fazermos com urgência: seremos capazes de nos manter vigilantes diante da
demolição sistemática dos valores e direitos herdados das pessoas e entidades de Classe que
por eles lutaram antes de nós e os conquistaram?
Seremos capazes de zelar pela dignidade dos Companheiros e Companheiras, marginalizados
na extrema pobreza, que fazem fila, ora para receber cestas básicas, quentinhas e kits de hi-
giene, ora para receber a micharia do auxílio emergencial?...
Nunca como agora ficou escancarada a desigualdade aberrante entre ricos e pobres... Como en-
tender que, enquanto a pobreza chega a ao extremo, os Bancos e os banqueiros aumentaram
de muito seus lucros e sua riqueza?... Seremos capazes de participar da resistência e das lutas
dos Trabalhadores diante das explorações econômicas das empresas nessa conjuntura adver-
sa?... Procuremos conhecer a proposta de RENDA BÁSICA MÍNIMA e façamos dela nossa
bandeira!
Já bem antes da pandemia começou o desmonte da Legislação Trabalhista e Previdenciária,
sob o pretexto de combater o desemprego, que só faz aumentar: somos hoje mais de 14 milhões
de desempregados no Brasil. Ficaremos parados diante desses desmandos e dessa praga?...
Que faremos diante da falta de apoio governamental aos trabalhadores informais, aos artesãos,
às pequenas e médias empresas que estão despedindo seus funcionários, ou, mesmo, indo à
falência?...
Que faremos diante das medidas de precarização do trabalho e das enroladas do “trabalho in-
termitente” e outras?...
Que faremos diante de desigualdades que, não somente persistem, como até se agravam, na
remuneração e no trato, entre homens e mulheres e entre pretos e brancos?...
Que faremos diante da massa de desalentados, que já não se animam a sair em busca de tra-
balho ou de qualquer solução para seus problemas... correndo o risco de se tornarem presas
fáceis do tráfego, da prostituição e outras formas de marginalidade?...
Nunca como nessa pandemia ficou escandalosa a crise habitacional deste país: quanta gente se
apertando em precários barracos, pendurados nos morros, ou atolados em alagados e palafitas,
sem a mínima condição de acomodação decente e higiene?... Que faremos para defender a
dignidade e os direitos das famílias de trabalhadores que passaram a morar nas ruas, por não
poder pagar aluguel?... Que faremos para reivindicar medidas de urgência como ajuda gov-
ernamental, tipo “auxílio aluguel”, e outras?... Que faremos como luta permanente por habitação
decente e digna para toda a gente trabalhadora?...
Companheiras, Companheiros
Melhor que ninguém sabemos quanto tudo isso pesa e interfere na vida de nossas famílias: tensões
no relacionamento entre familiares, perda de dignidade e valores, problemas de agressividade e
violência, problemas de saúde e educação... Problema é o que não falta.
Numa hora de tanto desgaste e desalento, cabe a nós levantar a bandeira do ESPERANÇAR: levan-
tar os olhos e perceber os “Sinais dos Tempos”, investir nas lutas pequenas ou grandes, na certeza
de que a luta solidária da Classe Trabalhadora, é o caminho de sempre e a garantia de que, mais
dia menos dia, sonhando e agindo juntos, veremos nossos sonhos se tornarem realidade.
Precisamos escutar companheiros e companheiras em cada Categoria, vizinhos e vizinhas em nos-
sos Bairros e com eles e elas conversar sobre o que anda rolando... Selecionar e frequentar as
melhores fontes de informação... Reunir-nos em Equipe e aprimorar nosso olhar, aprofundar nossas
análises, perceber a raiz dos problemas, enxergar os desafios maiores e mais urgentes e onde in-
vestir prioritariamente nossos esforços. É o nosso VER.
Precisamos abastecer-nos de luz e razões, de motivação e gana: conhecer melhor a História da
Classe Trabalhadora, nossa herança de testemunhas e exemplos dos lutadores e lutadoras do
povo, nossos pensadores e poetas... Aguçar nosso olhar para Jesus Cristo, o campeão e realizador
da nossa Fé libertadora, Aquele que anunciou o Evangelho do Reino da Justiça e da Paz, Aquele
que morreu por essa causa e ressuscitou para nos encher do seu Espírito, que é luz, fonte de amor
e força de libertação. A luz e a força que vem da História da Classe Trabalhadora e da História Hu-
mano-Divina de Libertação narrada pela Sagradas Escrituras nos ajudarão a encarar as estruturas e
conjunturas da realidade social, e escutar os apelos do Planeta, da História e de Deus, conscientes
de que o trabalhador, a trabalhadora, imagem e semelhança de Deus, “vale mais do que todo o ouro
do mundo” (José Cardijn). É o nosso JULGAR.
Atentos e dispostos a participar das inciativas e lutas levantadas pelos Movimentos Populares, pelo
Movimento Sindical e pelos Partidos Políticos comprometidos com a Classe Trabalhadora, os ex-
cluídos e carentes, conscientes de que, através de ações de maior amplitude e de pequenas ações
locais, estaremos contribuindo para mudanças em escala mundial, concretizemos, assim, nossa fi-
delidade à Classe Trabalhadora e a Jesus Cristo. É o nosso AGIR libertador!
Retomemos o grito vibrante do Companheiro Elias Cândido, de saudosa memória:
VIVA A CLASSE TRABALHADORA!
VERSÃO ADPTADA PELA COORDENAÇÃO DO MTC REGIONAL NORDESTE II DA MENSAGEM RECEBIDA DO MOVIMENTO MUNDIAL
DE TRABALHADORES CRISTÃOS - MMTC