domingo, 1 de julho de 2018

As “Mãos Ensanguentadas de Jesus”: outro olhar possível

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Surpreendentemente contemplado com o troféu LOUVEMOS/2018, “mérito especial”, concedido pela TV Século 21, viajei do Recife a São Paulo, na manhã de 20/06, para recebê-lo, não sem alguma ansiedade.

Chegando ao aeroporto de Viracopos, em Campinas, um pouco após o meio dia, esperava-me o Marcão, com a viatura da TV Século 21, devidamente caracterizada pela logo das “Mãos Ensanguentadas de Jesus”.
Mal dei com os olhos naquela inscrição, confesso que fiquei fortemente impactado. E mais que rapidamente, em minha mente, se acendeu a visão do Juízo Final.

Tanto quanto a visão das Mãos ensanguentadas impactaram meus olhos, as palavras taxativas do Mestre retiniram em meus ouvidos: “Afastem-se de mim malditos. Vão para o fogo eterno, preparado pra o diabo e seus anjos. Porque, eu estava com fome, e vocês não me deram de comer; eu estava com sede, e não me deram de beber; eu era estrangeiro, e vocês não me receberam em casa; eu estava sem roupa, e não me vestiram; eu estava doente e na prisão, e vocês não me foram visitar”. Mais impactante ainda foi escutar a pergunta dos condenados “Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, como estrangeiro ou sem roupa, doente ou preso, e não te servimos?”, seguida da resposta do Rei, que lhes dirá clara e inapelavelmente: “Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês não fizeram isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizeram” (Mt 25,41-45).
E logo me dei conta dos cravos que, hoje, traspassam cruelmente as Mãos de Jesus:
• Primeiramente, o cravo da fome: “Eu estava com fome, e vocês não me deram de comer” (Mt 25,42ª): é só pensar nos mais de 13 milhões de desempregados, com suas famílias, juntando a isso os cortes nos programas sociais que têm a ver com o pão de cada dia. De dois anos para cá, nosso país, volta, assim, a marcar vergonhosa presença no “mapa da fome” desenhado pela ONU, do qual havia saído durante a gestão de um presidente operário. A fome causada pelo desemprego tem muito a ver com a, com a infame “Reforma Trabalhista” que implanta sistematicamente a precarização do trabalho, a insegurança no emprego, o enfraquecimento dos Sindicatos, a perda de direitos sagrados, conquistados a preço de sangue durante bem um século de lutas da Classe Trabalhadora.
Mas a fome tem a ver, sobretudo, com a realidade fundiária do país que, desde a concessão das “Capitanias Hereditárias”, consagrou o latifúndio, muitas vezes, improdutivo, como regime de posse e utilização da terra, condenando à condição de “Sem Terra”, de norte a sul e de leste a oeste, uma legião imensa de gente do campo.
À fome ou à ameaça da fome, se ajunta, o cravo do veneno, a traspassar todos os que trabalham nos campos e, muito mais, todos os que consomem tudo quanto chega a nossas mesas contaminado pelo uso abusivo de agrotóxicos. O Agronegócio brasileiro, representado poderosamente no Poder Legislativo pela Bancada Ruralista, se demonstra vergonhosa e criminosamente conivente com os interesses genocidas dos fabricantes multinacionais desses venenosos insumos.
Passar fome ou envenenar-se por conta do que se come, eis o drama que vivemos todos e todas neste país! Por conta do cravo da fome e do agrotóxico, corre Sangue, hoje, das Mãos de Jesus!
• Em seguida, o cravo da sede: “Eu estava com sede e mão me deram de beber”. Não quero referir-me apenas ao que ciclicamente ocorre o Nordeste e de fato acaba de ocorrer nos últimos seis anos, fenômeno natural que bem pode ser contornado com políticas de armazenamento de água e transposição de rios, como veio ocorrendo nas gestões populares de passado recente.
Quero chamar a atenção para as deficiências todas das políticas de saneamento básico, que deixam tanta gente passar necessidade de água em suas moradias, sobretudo nas periferias de nossas cidades.
Mas, o cravo da sede, que vem traspassando as Mãos de Cristo hoje, acontece, também e lamentavelmente, por conta do envenenamento dos mananciais e dos lençóis freáticos, nas regiões pulverizadas pelos agrotóxicos do Agronegócio, a que nos referimos acima, deixando populações inteiras privadas do precioso líquido ou obrigadas a consumi-lo nessas condições.
E nossa preocupação aumenta quando sabemos da ameaça que pesa sobre o nosso país submetido a uma gestão que se apressa em vender e privatizar todas as nossas riquezas naturais, patrimônio precioso do povo brasileiro, entre outras, a nossa ÁGUA. Por conta do cravo da sede, da falta de água e do envenenamento das águas, corre Sangue, hoje, das Mãos de Jesus!
• O cravo da falta de habitação: “eu era estrangeiro, e vocês não me receberam em casa”. São legiões de famílias morando mal ou simplesmente ”sem teto”. O drama das famílias que moram em palafitas, à beira dos mangues ou nos alagados... ou então ameaçadas pelo deslizamento de barreiras nas encostas dos morros... ou ainda, ameaçadas por ordem de despejo e reintegração de posse, quando ousam ocupar terrenos baldios, ociosos, à mercê das ambições da especulação imobiliária, ou imóveis urbanos desocupados, inclusive prédios públicos, às vezes, correndo o risco de tragédias, como há pouco aconteceu no centro de São Paulo...
Ajuste-se a isso, o drama dos migrantes provindos de outros países, sobretudo, nesses últimos tempos...
Por conta deste cravo da falta de habitação, corre Sangue, hoje, das Mãos de Jesus!
• E o cravo da nudez?... “Eu estava sem roupa, e não me vestiram”. Não é difícil imaginar a situação, não só do “Povo da Rua”, mas de tantas famílias que, ao longo de um inverno, que vai se demonstrando rigoroso, além da dificuldade de se prover do alimento, com certeza, passa, igualmente, outras necessidades básicas, por exemplo, sem poder abrigar-se do frio, por impossibilidade de adquirir o agasalho necessário e suficiente. Pensemos nas crianças e nos idosos passando frio, nas ruas ou nas favelas...Por conta do cravo da nudez, corre Sangue, hoje, das Mãos de Jesus!
• E ainda o cravo do abandono na doença: “Eu estava doente (...), e vocês não me foram visitar”. Para além do descaso com que certas famílias tratam seus doentes, especialmente seus idosos, abandonando-os em hospitais públicos ou em precários abrigos, estamos, dia após dia, assistindo ao descaso dos governos com a Saúde Pública, sobretudo, o desmonte e sucateamento do SUS, uma das maiores conquistas do povo brasileiro, 30 anos atrás, quando nossa Constituição Cidadã de 1988 estabelecia que “saúde é um direito de todos e dever do Estado”.
Precisamos lembrar que a perversa lei que congelou os gastos públicos por 20 anos, aprovada pela tríplice “Bancada do Boi, da Bala e da Bíblia”, é a grande responsável por esse perverso processo de sucateamento, que outra finalidade não tem senão privatizar os Serviços Públicos.
Como se não bastasse, mais um crime hediondo está sendo cometido contra a Saúde do povo: a principal fonte de recursos para a manutenção e avanço do SUS seria a exploração do petróleo do PRÉ-SAL, que graças a nossos espúrios governantes, está sendo vendido aos abutres das petrolíferas multinacionais.
Por conta do cravo do abandono na doença, corre Sangue, hoje, das Mãos de Jesus!
• Finalmente, o cravo do abandono na prisão: “Eu estava (...) na prisão, e vocês não me foram visitar”. Se por conta da doença, irmãs e irmãos nossos se encontram abandonados em hospitais e abrigos, imaginem o que possa estar ocorrendo nas prisões deste país!... Mas o abandono por parte das respectivas famílias, se agrava exponencialmente por conta dos horrores da política carcerária deste país, uma afronta escandalosa a tudo quanto se possa entender como Direitos Humanos inerentes a toda e qualquer pessoa humana, onde quer que se encontre, não importa em que circunstância ou vicissitude: além da  absurda superlotação, o que deveria ser um espaço de reeducação e ressocialização, são antros de desumanidade e apodrecimento moral, “universidades” do crime, a que as pessoas são relegadas, tanto por ineficiência do Poder Judiciário, quanto por incompetência, irresponsabilidade e, mesmo, perversidade do Poder Executivo, em todas as suas instâncias, de cima  a baixo, do Ministério e das Secretarias de Justiça a Agentes Penitenciários.
Mas há algo de mais grave, de abrangência muito maior e de consequências muito mais funestas: a quantidade imensa de pessoas neste país, submetida às prisões ideológicas resultantes dos preconceitos que sempre estiveram na raiz dos processos econômicos, sociais, políticos e culturais que engendraram a sociedade brasileira, tradicionalmente dominada por brancos, ricos, machos, cristãos e heterossexuais: no avesso das categorias hegemônicas, os negros e as populações nativas, os empobrecidos e toda a Classe Trabalhadora, as mulheres, os seguidores das religiões de matriz africana, o segmento LGBT.
Igualmente, as prisões da ignorância, quando se dificulta ou simplesmente se nega acesso à Educação... Em recentes experiências de governos populares, o país parecia caminhar rapidamente, para um novo patamar de Educação do povo, com a interiorização e ampliação do Ensino Técnico e Superior, inclusive com as políticas afirmativas de concessão de quotas aos segmentos mantidos até pouco tempo fora do alcance dessas possibilidades ... Mas, estamos assistindo estarrecidos ao desmonte sistemático, ao esvaziamento progressivo dessas políticas... Estamos assistindo ao sucateamento sistemático de todo o sistema educacional do país, graças, sobretudo à lei que congelou os gastos públicos, e a sorrateira proposta de privatização dos Serviços Públicos...
Piores ainda, talvez, as prisões da desinformação e da lavagem cerebral sistemática a que a massa está sendo submetida, sendo impedida de perceber criticamente a realidade, graças ao papel criminoso desempenhado pela grande Mídia, patrocinadora do Sistema , e boa parte do que acontece com as Redes Sociais, nas mãos dos produtores ou repassadores da “mentira institucional” e da alienação planejada do povo, para que não veja, não se mobilize e não lute por seus Direitos e contra todos esses desmandos...
Emblematicamente, quem esteve à frente de um processo virtuoso de inclusão e de acesso das massas aos Bens de consumo e Serviços Sociais básicos, minorando a aberrante desigualdade vigente desde sempre neste país, encontra-se hoje condenado por uma Justiça viciada e aparelhada pelo Sistema, e preso nos cárceres da Polícia Federal em Curitiba. Sem esquecer o assassinato encomendado de Mariele Franco, mulher, negra, favelada, lésbica, uma vereadora eleita entre as candidatas e candidatos mais votados no município do Rio de Janeiro.
Por conta do cravo do abandono nas prisões, das prisões ideológicas, das prisões da ignorância, das prisões da desinformação, e das prisões políticas, corre Sangue, hoje, das Mãos de Jesus!
As palavras que “o Rei” haverá de pronunciar no Juízo Final, por graça, nos ecoam antecipadamente aos ouvidos, e vale a pena retomá-las: “Afastem-se de mim malditos. Vão para o fogo eterno, preparado pra o diabo e seus anjos. Porque, eu estava com fome, e vocês não me deram de comer; eu estava com sede, e não me deram de beber; eu era estrangeiro, e vocês não me receberam em casa; eu estava sem roupa, e não me vestiram; eu estava doente e na prisão, e vocês não me foram visitar”. E já não valerá mais desculpa alguma, nem a pergunta: “Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou sem roupa, doente ou preso, e não te servimos?”. Porque a resposta já nos foi adiantada em tempo: “Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês não fizeram isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizeram” (Mt 25,41-45).
Os devotos das Mãos Ensanguentadas de Jesus, muito especialmente, mas todos os Cristãos e Cristãs, estamos sendo, desde sempre, responsabilizados pelos cravos que hoje fazem jorrar Sangue das Mãos de Jesus, seja quando contribuímos direta e intencionalmente para a fome, a sede, a nudez, o desabrigo, o abandono na doença ou na prisão, de tanta gente; seja quando vemos esse filme de horror passar diante dos nossos olhos e fazemos como o “sacerdote” ou o “levita” da conhecida e  famosa Parábola (Lc 10,25-37), passamos “adiante, pelo outro lado”.
O que de todos e todas nós se espera é que permitamos às Mãos de Jesus, que constatamos cravadas por tantos cravos e chocantemente “ensanguentadas”, passem, aqui e agora, a agir através de nossas mãos, para arrancarem eficazmente, e o mais rápido possível, todos esses cravos tão cruéis das mãos de tanta gente. E nós possamos, “naquele dia”, escutar, felizes, o que Jesus dirá às pessoas justas, que souberam ouvir e praticar a sua palavra: “Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e vocês me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar” (Mt 25,14-16).
É claro que se trata muito mais do que da tradicional “caridade” que se costuma praticar entre cristãos e cristãs para com os pedintes que batem à nossa porta ou encontramos pelas ruas...
E é para ser mesmo como?... Procuremos conversar, como vem fazendo exemplarmente o Papa Francisco com o povo dos Movimentos Sociais Populares... Essa gente nos saberá dizer, melhor que ninguém, o quê e como fazer. Não começaria por aí a “Igreja em saída”?...
Mais do que nunca, precisamos atender ao convite que, há mais de 50 anos, nos fazia o santo Papa João XXIII: arregalar os olhos para os “sinais dos tempos”. E “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Ap 2,29).
Oxalá, percebamos, em tempo, que ser cristão, ser cristã, hoje, sem assumir a dimensão política da nossa Fé, seria, quando muito, brincar de Evangelho... Seria nada entender do PAINOSSO que rezamos, ao não nos darmos conta do que pedimos, ou não nos colocarmos à disposição do Pai para fazer a nossa parte... quando a alegria que nos vem da Fé é podermos alegrar-nos por ver o seu Reino vir a nós, e a sua vontade ser feita “assim na terra, como no céu”.
​​

Reginaldo Veloso, presbítero leigo das CEBs
​​Assistente do Movimento de Trabalhadores Cristãos - MTC
​​Assessor Pedagógico do Movimento de Adolescentes e Crianças – MAC​
​​Membro da Equipe de Reflexão sobre a Música Litúrgica da CNBB

sexta-feira, 29 de junho de 2018

                                               

                                                          Vem forrozar com agente   

terça-feira, 29 de maio de 2018

CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA


A coordenação do MTC- MOVIMENTO DE TRABALHADORES CRISTÃOS- Regional NE II, convoca todas as equipes e amigos para uma reunião as 18:30h na sede do MTC, nesta quarta-feira, 30/05.
Tema: "A PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS E OS IMPACTOS PARA A CLASSE TRABALHADORA NO BRASIL

quinta-feira, 24 de maio de 2018

VIDA DIGNA PARA A CLASSE TRABALHADORA, MENSAGEM 1° DE MAIO MMTC-2018

                                                                                               

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  Com a aproximação do fim do mês dedicado a Classe Trabalhadora vale lembrar a mensagem do primeiro de maio deste ano do Movimento de Trabalhadores Cristãos = MTC, da Região Nordeste 2 através do MMTC(Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos) para todos: Militantes, seguidores desta página e público em geral.
MENSAGEM 1° DE MAIO MMTC-2018
TERRA, TETO, TRABALHO,
VIDA DIGNA PARA A CLASSE TRABALHADORA
Avança no mundo o projeto de morte do sistema capitalista sob o comando do capital rentista e especulativo que proporciona ano após ano uma brutal concentração de riquezas em mãos de poucos, o que corresponde atualmente a 82% de todo o PIB para 1% da população. Mas, não satisfeita com tamanha concentração de riquezas, a elite burguesa do planeta ataca a classe trabalhadora retirando-lhe direitos adquiridos ao longo dos tempos e através de muitas lutas, sofrimentos e sangue derramado. Este ataque realiza-se com as mudanças na legislação, com a precarização do trabalho e as demissões em massa; aumentando em todo mundo o exército de desempregados.
Outra prática de morte promovida pelo maléfico sistema é a redução do tamanho do Estado, tornando-o mínimo: reduz investimentos na Assistência Social, na Saúde e na Educação, elimina políticas públicas de inclusão e de distribuição de renda, desmonta programas sociais e condena à marginalidade e à pobreza extrema milhões de seres humanos nos cinco continentes. Assim, o Estado enquanto instituição que, numa democracia moderna deveria ser de todos (as) e para todos (as), torna-se instrumento para garantia de privilégios de uma minoria abastada, gananciosa. Esta minoria insaciável está sempre a se apropriar, no decorrer dos tempos, dos recursos naturais - fontes de energias, terra, alimentos e água - herança de Deus para toda a humanidade - transformando tudo em comodites, mercadorias, riquezas privatizadas para satisfazer a fome da elite financeira do mundo e, por outro lado, impedindo a sobrevivência humana e dos demais seres vivos.
Vemos também, como prática de morte deferida pela elite burguesa do planeta, o ataque aos governos de caráter popular, eleitos democraticamente, especialmente nos países em desenvolvimento que amargaram até o final do século XX, profundo atraso econômico, social e político. Nestes, as lutas do povo organizado, onde o papel das Igrejas foi de suma importância nos movimentos sociais, nos sindicatos e nas diversas associações de trabalhadores, provocaram a derrota de regimes ditatoriais, como foi no Chile, no Brasil, no Uruguai, na Argentina etc., fazendo brotar governos democráticos. Contra tais governos legítimos do hemisfério sul, neste momento da história, impõe-se uma agenda hipócrita, moralista, fascista, articulada pela elite econômica do mundo que, aliada às atrasadas elites nacionais, controlam corruptamente a grande mídia e, coligada aos poderes legislativo e judiciário, golpeiam governos democraticamente eleitos, perseguem lideranças políticas e promovem verdadeiros retrocessos.
Por fim, milhões de famílias de trabalhadores e de trabalhadoras, nos diversos continentes, vivem sob constantes ameaças em meio a conflitos religiosos e políticos, forçadas a abandonarem suas terras, sua pátria e, dispersas, migram para destinos incertos em busca de sobrevivência em terras nem sempre acolhedoras.
Diante de tão grande calamidade, frente à tamanha violência, o Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos - MMTC, neste 1º de Maio, se une aos demais movimentos e organizações sociais do mundo inteiro, conclama todas as Igrejas, todos os credos, e mesmo os que não têm credo algum, homens e mulheres de boa vontade para juntos afirmar:
NÃO, À ECONOMIA DA EXCLUSÃO;
NÃO, À NOVA IDOLATRIA DO DINHEIRO;
NÃO, A UM DINHEIRO QUE GOVERNA EM VEZ DE SERVIR;
NÃO, À DESIGUALDADE SOCIAL QUE GERA VIOLÊNCIA!
E a gritar em alto e bom som:
NENHUM TRABALHADOR(A) SEM TETO, SEM TERRA, SEM TRABALHO!
VIDA DIGNA PARA A CLASSE TRABALHADORA!
Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos – MMTC
Junte uma turma de Companheiros(as) para uma boa e urgente roda conversa:
Pelo visto, o que está acontecendo aqui no Brasil é o que vem acontecendo no mundo todo: esse é o tamanho do desafio! E como terá que ser o enfrentamento?...
Alguém, com reconhecida sabedoria, já andou sugerindo que precisamos ter como horizonte a realidade na sua dimensão “macro”, mas, para enfrentá-la, precisamos agir concretamente, enfrentando-a nas suas expressões “micro”, no aqui e agora do nosso cotidiano. Como discernir e identificar os “sinais” do sistema de morte em nosso dia-a-dia?...
À luz de que valores avaliaremos estes desafios do cotidiano?... Que nos oferecem nossos Poetas e Profetas, a Sabedoria Popular e a Fé Cristã como luzes para clarear os caminhos e motivar as inciativas e lutas?...
Por onde, como e com quem vamos começar?... O que vamos fazer a curto, médio e longo prazo?...

sexta-feira, 20 de abril de 2018

SEMANA DA CLASSE TRABALHADORA

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Este evento nos é de suma importância, porque traz a tona os problemas cruciais vividos pela classe trabalhadora na atualidade perversa que se encontra o mundo e nosso País. Lança um olhar na realidade, a julga, e aponta caminhos para transforma- la, seguindo nosso método de: " VER, JULGAR E AGIR",tudo em preparação ao dia consagrado aqueles que constrói este mundo, o " PRIMEIRO DE MAIO DIA DO TRABALHADOR".
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terça-feira, 3 de abril de 2018

                               Resultado de imagem para imagens do túmulo vazio em forma de vitral nordestino                                      




                                                             CONVITE 
            Boa noite companheiros e companheiras! Queremos convidar todos militantes a comparecer juntamente com suas equipes,para celebrarmos a Páscoa do MTC Regional Nordeste II. Que se realizará , sexta dia 06 de abril às 18.30 hs na sede do MTC.Contamos com a presença de todos para esse momento de fé e espiritualidade. 🙏

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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

   

MTC - GRITO DS EXCLUÍDOS
                                                                                                       💥
            Carnaval 2018   

Brincando e dizendo: "Carnaval sem democracia é               💥
                        
                                 GOLPE" 


Venha curtir nosso carnaval  


Gervásio Pires, 404 - Boa Vista    Recife  PE 

09/02/2018                         12:00h  

Venda de deliciosa feijoada, refrigerante, aquela 
cerveja bem gelada e petiscos, além de garantida 
diversão ao som do grupo "SIEMBRA e "DJ"
                                                                                               

sábado, 6 de janeiro de 2018

DOM HÉLDER CÂMERA, PATRONO DOS DIREITOS HUMANOS



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DOM HELDER CAMARA: A COERÊNCIA DO PROFETA E A INCOERÊNCIA DO GOVERNO
“É preciso que se consagrem os direitos inalienáveis, inerentes à própria dignidade da pessoa humana: o direito à moradia e ao trabalho, o direito à educação e à saúde. Só a garantia desses direitos sociais evitará, nesse País, a existência de subcidadãos e de sub-homens brasileiros, de segunda classe”. Dom Helder Camara

Falar em Direitos Humanos no Brasil é desafiador e, por incontáveis vezes, causa indignação e frustração. Em um país onde a pobreza voltou a crescer, onde milhares de pessoas não conseguem, sequer, ter direito a um pedaço de pão todos os dias; onde milhares de homens, mulheres, jovens e crianças dormem nas ruas; onde educação, saúde, emprego e moradia, direitos de todos, que ainda são inacessíveis para tantos, têm seus recursos congelados por vinte anos, em que nível de prioridade  estão os direitos humanos?
Dom Helder Camara sempre esteve à frente na defesa dos direitos humanos. Perseguido pela ditadura militar teve sua morte civil decretada através da proibição de que seu nome fosse citado em qualquer veículo de imprensa no Brasil. Entretanto encontrou nas universidades e na imprensa de todas as partes do mundo o espaço para denunciar as violações aos direitos humanos no Brasil, tanto os decorrentes da ditadura, quanto os decorrentes da marginalização imposta pelo modelo econômico concentracionista.
Tendo como título uma citação bíblica, “OUVI OS CLAMORES DO MEU POVO”, realizou um profundo diagnóstico da situação do povo na década de 1970 no nordeste do Brasil,  cuja publicação foi logo confiscada e proibida pela ditadura.
Usando os auditórios e teatros de universidades, igrejas e movimentos sociais que no mundo inteiro lhe queriam ouvir, alertou para os escândalos da fome no mundo, de uma minoria de ricos cada vez mais ricos a custa de milhões de pobres cada vez mais pobres, da corrida armamentista e sua indústria de armas.
Acolhendo a todos dentro da Igreja a quem tanto amou e sempre foi fiel, abraçou com todas as forças a opção evangélica pelos pobres. Coordenador e signatário do Pacto das Catacumbas assinado durante o Concílio Vaticano II, onde se propunha que os bispos  vivessem como  o povo, mudou-se para um uma casinha nos fundos da Igreja das Fronteiras e ali viveu e acolheu todos que o procuravam. Coerente com a opção evangélica pelos pobres, foi um entusiasta da Teologia da Libertação, logo  acusada de inspiração comunista pelos donos do poder fora e dentro da Igreja.
“Quando dou comida aos pobres me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres me chamam de comunista”. (link para página com frases nessa linha)
Tudo o que recebia era utilizado em benefício dos empobrecidos. A criação do Banco da Providencia, a experiência de reforma agrária com os camponeses no Cabo, nos engenhos Ipiranga, Taquari e Guaretama, a distribuição de lotes residenciais em Tururú, em Paulista, a construção da Casa de Frei Francisco nos Coelhos, no Recife, são exemplos da ação social sempre presente e sempre indutora de libertação.
Tudo isso trouxe consequências. O trucidamento de seu auxiliar, o Padre Henrique, a expulsão de padres estrangeiros, o metralhamento e pichações do muro de sua casa, a decretação de sua morte civil,  a “ação diplomática” exercida por mais de uma vez pela ditadura para impedir a outorga do Prêmio Nobel da Paz, a virulência dos ataques pela imprensa nunca o intimidaram nem arrefeceram o seu entusiasmo e a sua esperança.
Bispo da Igreja e cidadão do mundo, ele viveu intensamente a indivisibilidade dos dois mandamentos nos quais se resume toda a lei de Deus: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
Tudo isso ele viveu em Olinda e Recife, para onde foi nomeado arcebispo em 12 de março de 1964.
Exatamente 50 anos depois, em 12 de março de 2014, por iniciativa do deputado Arnaldo Jordy do PPS do Pará,  é apresentado na Câmara Federal um projeto de lei, indicando Dom Helder como Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos. Nada mais justo e ninguém melhor que Dom Helder para simbolizar e ser exemplo dessa luta, daí o agradecimento do IDHEC, em nome de todos os seguidores e admiradores de Dom Helder pela significativa indicação.
Acontece que, apesar de tratar-se de um projeto de lei de uma única frase, sem artigos, parágrafos e incisos e de não precisar sequer votação em plenário, a sua aprovação nas comissões das duas casas, Câmara e Senado, arrastou-se por longos três anos, seis meses e seis dias até ser levada, em 18 de dezembro de 2017 à sanção do presidente da república.
Nada parecido com a celeridade que as mesmas casas legislativas deram nesse período à criminalização das já então tradicionais “pedaladas fiscais”, à destituição da presidenta da república e sua substituição por alguém comprometido com um conjunto de reformas que agride os direitos humanos da maioria da população e à aprovação dessas reformas, utilizando para isso todos os expedientes ditos legais, mas seguramente ilícitos e algumas vezes como acusado por membros das próprias casas, imorais e fraudulentos.
Assim, se a iniciativa é meritória e digna de aplausos, o contexto dentro do qual ela foi aprovada merece a manifestação da profunda indignação daqueles que sempre tiveram em Dom Helder um exemplo de firmeza, de coerência e de esperança agostiniana.
Por isso ao finalizar este editorial queremos nos solidarizar com o arcebispo Dom Fernando Saburido, que tem abraçado a seu modo e no tempo atual a causa da defesa dos direitos humanos, quando em carta aberta questiona de forma direta a falta de coerência dos poderes da república ao promulgarem essa lei que homenageia dom Helder como Patrono dos Direitos humanos,quando  diariamente utilizam todos os expedientes para cortar esses mesmos direitos da parte mais pobre da população, deixando inalterados e por vezes até ampliando seus próprios e inaceitáveis privilégios.
Por tudo isso, convocamos a todos e todas que sempre consideraram Dom Helder, o Dom da Paz, da Justiça, da Esperança e dos Direitos Humanos a fortalecer a união e a interlocução com os movimentos populares, sociais, de trabalhadores e com todas as pessoas de boa vontade, para, em 2018, intensificar a luta pela preservação e/ou restauração dos direitos que têm sido tirados da população brasileira, honrando dessa forma Dom Helder como Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos. A nossa força é a esperança!
 (“A esperança tem duas filhas lindas: a indignação e a coragem.
   A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como elas estão.
  A coragem, nos ensina a mudá-las”).    Santo Agostinho     
 
Recife 4 de janeiro de 2018
                                   Diretoria do Instituto Dom Helder Camara- IDHEC